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O cabeça de lista do Chega às eleições antecipadas da Madeira prometeu hoje apresentar iniciativas no parlamento regional para revitalizar as tradições do arquipélago, apontando o caso do artesanato do vime da Camacha, uma freguesia que está “ao abandono”.
“Uma freguesia como esta, que tem também no folclore e na figura da camacheira a identidade da cultura madeirense, não pode estar ao abandono como está e o Chega tem como objetivo preservar a cultura tradicional madeirense no parlamento regional da Madeira”, afirmou Miguel Castro, em declarações aos jornalistas no Largo da Achada, naquela freguesia do concelho de Santa Cruz.
Recordando que em tempos a freguesia da Camacha foi “o ‘ex-líbris’ do artesanato regional, nomeadamente do artesanato do vime”, o também líder do Chega/Madeira lamentou que essa parte da cultura tradicional da região tenha desaparecido completamente “porque as entidades governamentais e mesmo também autárquicas não souberam preservar” essa característica da identidade do arquipélago.
“O vime da Camacha era um vime conhecidíssimo, a Camacha era uma freguesia que era visitada por milhares de turistas para comprarem, para visitarem e verem o fabrico do vime, e hoje em dia perdeu-se completamente esta parte do artesanato madeirense”, criticou.
Contudo, assegurou, o Chega tudo fará para reavivar e revitalizar as tradições e os costumes madeirenses através de iniciativas no parlamento regional.
Ainda antes de dar uma curta volta ao Largo da Achada, que se encontrava praticamente deserto pelas 15:30, Miguel Castro, eleito pela primeira deputado nas eleições de 2023, recordou que foi neste local que, segundo os registos, o futebol foi jogado pela primeira vez em Portugal.
Mas, apesar de a Madeira ser a terra do “maior futebolista do mundo”, esse facto é assinalado de uma forma “muito, muito singela”, com um pequeno monumento.
“Acho que se devia olhar mais para este capítulo e fazer uma devida homenagem ao futebol e ao melhor jogador de futebol do mundo onde nasceu o futebol, que foi na freguesia da Camacha”, acrescentou o candidato, referindo-se a Cristiano Ronaldo, nascido há 40 anos na Madeira.
As legislativas madeirenses, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) — e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).