Os radares do Aeroporto da Madeira já estão montados e a funcionar?

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O cancelamento de três dezenas de voos no sábado com chegada e partida do Aeroporto Internacional da Madeira Cristiano Ronaldo, motivou uma vez mais um conjunto de reparos à operacionalidade aeroportuária, mas desta vez com a introdução de um tema para o fórum de debate nas redes sociais. E  agora foi o novo sistema de detecção de ventos Mad Winds, inaugurado esta segunda-feira, alvo principal da troca de argumentos. 

O leitor Carlos Sérvulo Sardinha chegou a comentar o seguinte: “Os radares já estão montados e a funcionar? Ah!… então o defeito é do posicionamento do aeroporto… Não tem margem suficiente para aterragem… Está explicado”.

Convém recordar que o vento forte que se fez sentir em Santa Cruz, como previsto, atingiu os 72 km/h às 11 horas, o que motivou um aviso amarelo até hoje sendo principal causa desta ventania o condicionamento das operações. Para minimizar constrangimentos a Aeroportos da Madeira antecipou-se alertando passageiros para confirmarem o voo antes de se dirigirem para o aeroporto, especialmente no sábado e também no dia de hoje.

Este foi o ponto da situação de um dia a somar aos cerca de “4% de voos” que são cancelados durante o ano, o equivalente a “120 mil passageiros” afectados, conforme referiu o Secretário de Estado das Infra-estruturas aquando da apresentação do sistema Lidar e Banda X, que passaram a ser alvo de atenção.

Também existiram manifestações quanto ao custo-benefício: “Radares último grito. 3,5 milhões e andamos nisto”, observava outro leitor que colocava ainda em causa a despesa e a eficiência do novo sistema que a NAV Portugal adquiriu.

Recuemos a Julho de 2023. A Autoridade Nacional de Avaliação Civil assegurou que havia disponibilidade para rever os limites do vento impostos para a operacionalidade no aeroporto internacional da madeira perspectivando uma decisão em 2026 depois de os equipamentos serem testados. Os equipamentos são os que foram instalados. 

Há uma semana, o Secretário de Estado frisou que o novo sistema permitirá tomar uma nova decisão sobre os limites de vento: “É o ponto de partida e vão trazer novas informações aos pilotos, à ANAC e ao IPMA” e disse ainda que esperar que a ANAC, depois de ter recolher todos os dados, possa “reequacionar a revisão dos limites, garantido sempre a segurança, mas não quer dizer que sejamos inamovíveis naquilo que existe. Vamos repensar naquilo que possamos fazer”, disse.

Se assim for, antevê maior competitividade e vai reduzir os custos no sector, de qualquer modo a haver modificações aos limites de vento para aterrar na Madeira só mesmo no prazo de “um ano”.

E o que terá dito o presidente da NAV Portugal? Explicou o que consiste o novo equipamento de ponta que inicia um período de pré-operação de 365 dias, durante o qual “será continuamente avaliado e submetido a ajustes na sua configuração e parametrização para optimizar o seu funcionamento face às características físicas e operacionais do Aeroporto da Madeira”. 

De acordo com Pedro Ângelo trata-se de uma “ferramenta valiosa para melhorar a segurança, a previsibilidade e a confiança nas operações”, reafirmando o compromisso da NAV Portugal com a inovação e a excelência operacional. este período permitirá também uma análise abrangente em diferentes condições meteorológicas, consolidando os dados necessários para operações ainda mais seguras e eficientes.

O Aeroporto da Madeira Cristiano Ronaldo torna-se um dos poucos aeroportos no mundo a beneficiar desta tecnologia de ponta para mitigar as condições adversas de vento havendo poucos sistemas iguais a este, no entanto referiu que os aeroportos de Hong Kong e de Palermo, possuem um sistema idêntico ao Mad Winds.

O Radar Banda X e o sistema LIDAR, permite o processamento que analisa os dados meteorológicos com alta precisão e em tempo quase real, oferecendo desta forma um suporte essencial às decisões operacionais e aumentando a confiança de tripulações, que estarão melhor informadas sobre as condições meteorológicas na Região.

O investimento custou 3,5 milhões de euros tem como objectivo principal melhorar a análise e a previsão de fenómenos meteorológicos críticos, como windshear, turbulência e microbursts, que afectam a operação do aeroporto. O sistema permite um conhecimento mais efectivo das condições de vento em muito curto prazo, particularmente durante as fases mais críticas do voo – aproximação, aterragem e descolagem.

Com um alcance de mais de 10 quilómetros em torno do aeroporto. Actualmente, cerca de 80% das divergências motivadas pelo vento estão apenas até 3 nós acima dos limites, tornando este sistema uma ferramenta crucial para uma avaliação mais precisa e potencialmente mais favorável à operação. É exactamente este o ponto crucial em que estes equipamentos vão ser fundamentais no próximo ano altura em que ficará concluído o período experimental de análise. Depois se houver alteração aos limites, nomeadamente os 3 nós referenciados, aí poderá baixar o número de voos divergidos.

Em resumo: o sistema Mad Winds inicia agora um período de pré-operação de 365 dias, durante o qual será continuamente avaliado e submetido a ajustes na sua configuração e parametrização para otimizar o seu funcionamento face às características físicas e operacionais do Aeroporto da Madeira. Este período permitirá também uma análise abrangente em diferentes condições meteorológicas, consolidando os dados necessários para operações ainda mais seguras e eficientes.

“Os radares já estão montados e a funcionar? Ah!… então o defeito é do posicionamento do aeroporto… Não tem margem suficiente para aterragem… Está explicado”.

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