Registo Oncológico da Região Autónoma da Madeira participou em congresso na China

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O Registo Oncológico da Região Autónoma da Madeira participou num
dos congressos mais importantes a nível internacional no âmbito da
epidemiologia e registo de cancro, organizado pela Associação Internacional de
Registos de Cancro (IACR), integrada na Agência Internacional de Investigação
sobre o Cancro (IARC/OMS), em colaboração com o Centro Nacional do Cancro da
China e a Associação de Oncologia de Beijing, China, refere o SESARAM, em nota à imprensa.

O evento “2024 IACR Scientific Conference & Chinese Cancer
Registry Annual Conference” decorreu de 4 a 7 de novembro em Beijing, China, e
contou com três trabalhos sobre as tendências epidemiológicas de 25 anos de
cancro na Região Autónoma da Madeira: um através de comunicação oral em Sessão
Plenária e os outros dois em formato de poster. Estudos que permitiram
demonstrar resultados mais positivos decorrentes da melhoria das práticas
clínicas no tratamento dos tipos de cancros em análise.

O cancro pediátrico na Região foi o tema apresentado na
comunicação oral em Sessão Plenária no dia 5 de novembro, por Pedro Berenguer,
bioquímico e principal autor, em coautoria com a restante equipa do Registo
Oncológico da RAM e em colaboração com a médica Paula Ornelas do Serviço de
Pediatria. Os tumores pediátricos contaram com 0,8% do total de tumores. O
período de estudo mais recente (2011-2022), mostrou uma maior sobrevivência dos
pacientes, comparativamente ao período anterior (1998-2010) assim como uma
baixa mortalidade na Região em todo o período de estudo.

Já as apresentações em poster referiram-se aos diferentes tipos de
cancro em Adolescentes e Jovens Adultos, que teve como principal autor Pedro
Berenguer, em coautoria com a equipa do Registo Oncológico da RAM e colaboração
da médica Michelle Cordeiro do Serviço de Anatomia Patológica, e aos Linfomas
Hodgkin e não-Hodgkin, da autoria da médica Cláudia Fraga, especialista em
Medicina Interna, em coautoria com a equipa do Registo Oncológico da RAM e
colaboração dos médicos Elizabeth Brazão, especialista em Hematologia, e
Fernando Aveiro, diretor do Serviço de Hematologia Clínica.

Relativamente aos Adolescentes e Jovens Adultos (entre os 15 e os
39 anos) os tumores mais frequentes foram os da Mama, Linfoma de Hodgkin e
Tiróide. A incidência aumentou cerca de 2.5% ao ano para a globalidade dos
tumores, entre 1998-2022. A mortalidade manteve-se estável para todos os grupos
etários. Em termos de sobrevivência, houve um aumento de 1.7% ao ano entre
1998-2022, sendo que no período mais recente (2011-2022) há a registar uma
sobrevivência superior em cerca de 20% comparativamente ao período anterior
(1998-2010).

No que diz respeito aos linfomas, a taxa de incidência aumentou
para ambos, cerca de 2% ao ano, entre 1998-2022. A mortalidade manteve-se
estável ao longo do tempo. Em termos de sobrevivência, aumentou, especialmente
no Linfoma não Hodgkin 1,3% ao ano, entre 1998-2022. O período de estudo mais
recente, mostrou uma diminuição no risco de morte para qualquer um dos dois
grupos de linfomas: diminuição do risco de morte de 31% para Linfoma não
Hodgkin e 62% para Linfoma de Hodgkin relativamente a 2011-2022 quando
comparado com o período 1998-2010.

De referir a importância dos Registos Oncológicos pois permitem
perceber a evolução dos tumores em termos de incidência, tratamentos e
sobrevivência na população em geral ou em determinados grupos ou faixas etárias
num período de tempo e não apenas num determinado momento.

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