Cafôfo regressa à infância para falar do futuro

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A campanha eleitoral do PS passou hoje pela creche do
Convento de Santa Clara. Em verdadeiro rigor, ficou à porta da creche do
Convento de Santa Clara. Mas já lá iremos.

A ida de Paulo Cafôfo àquele local significou um regresso à infância.
O presidente do PS-Madeira e cabeça-de lista do partido às eleições
legislativas regionais do dia 23 deste mês, foi, pela primeira vez à creche do
Convento quando tinha três meses. Por lá foi ficando, enquanto aluno, até aos
seis anos. Esteve na creche e na pré.

Dessa altura, além de cinco amigos, guarda algumas memórias,
como a de brincar com pneus velhos, empurrados com dois paus, que eram
guardados na horta, para desgosto a ralhação da irmã responsável pelo espaço.

Outra memória, que guarda, foi a ocorrência de um terramoto.
Nesse aspecto, a memória não é precisa, não consegue identificar o ano. O mais
provável é ter sido em 1975, quando a terra madeirense tremeu durante 35
segundos, como noticiou o DIÁRIO no dia 7 de Março daquele ano.

Paulo Cafôfo recorda-se do medo transmitido pelas freiras,
em particular, que a torre da igreja cedesse. Não cedeu. Mas os alunos foram
todos levados apressadamente para um pátio interior, onde aguardaram até que a
situação acalmasse.

As duas memórias aqui referidas podem ser uma alegoria para
o que aconteceu, hoje, pelas 11 horas.

À hora marcada, estava Paulo Cafôfo e, pelo menos, mais 16
militantes e candidatos à porta da creche. O primeiro a entrar no pátio, que
também dá acesso à capela e à área museológica, foi Câfofo. Mas, aí, duas
responsáveis vieram informar que não podiam visitar, nem a creche, nem qualquer
outro espaço. Do pátio não podiam passar.

Uma irmã e outra mulher, por mais de dez vezes disseram que
era “por ser altura de campanha”. A insistência vinha com um aparente
atrapalho, até porque Paulo Cafôfo não insistia em entrar na creche,
respeitando a posição de última hora. Para visitar a parte cultural era, diziam
as duas responsáveis, necessária autorização da Direcção Regional de Cultura e,
para a creche os pais teriam de ter sido informados e autorizar.

Cafôfo apenas questionou se as declarações à comunicação
social poderiam ser prestadas no pátio, tendo obtido resposta positiva, com uma
condição: não podia aparecer ninguém da instituição. Assim foi, porque, como
voltaram a dizer: “É muito delicado em fase de campanha eleitoral.”

No final da iniciativa, ao DIÁRIO, Cafôfo mostrou-se renitente
em falar do acontecido. Perante a nossa insistência, disse que havia sido
pedida autorização ao Convento e que a mesma fora concedida. Aparentemente, as
irmãs terão julgado que estaria em causa a visita de uma ou muito poucas
pessoas e não as quase 20 que se apresentaram.

O presidente do PS fez questão de encerrar o assunto naquele
momento e local, preferindo manter as recordações de infância e o foco nas
propostas do partido, para a área da educação, que acabara de transmitir à
comunicação social.

Em síntese e depois de dar relevo à importância de apostar
na edução, desde tenra idade até à adulta, o presidente socialista lembrou que
uma das propostas do partido é garantir creche gratuita a todas as crianças e o
pagamento das propinas a todos os estudantes madeirenses do ensino superior.

Cafôfo também foi questionado sobre o momento político
nacional, mas preferiu centrar a sua mensagem na política regional,
nomeadamente sobre a necessidade de estabilidade, o que se afigura difícil no País
e no Mudo. Mais uma razão para os madeirenses desejarem um governo estável.
Para isso, diz, é preciso não dispersar votos e apostar no PS.

Equipas por toda a Região

O PS tem equipas de campanha por toda a Região, com maior
incidência na área metropolitana, que vão ao encontro dos eleitores, em
contactos de porta-a-porta.

Hoje de manhã, por exemplo, Paulo Cafôfo já havia estado em
campanha do centro da cidade de Câmara de Lobos. Nesta tarde, estará em acções
a decorrer na zona da Madalena (Madalenas) no Funchal e no Galeão.

Como aconteceu à porta da creche de Santa Clara, à hora
marcada, os elementos que se comprometem a estar presentes em cada actividade,
vão aparecendo. Depois começa a acção de rua, com a aposta na conversa directa,
com o apoio de comunicação escrita (folhetos) e da sempre apreciada
esferográfica.

Por regra, a receptividade é boa, até porque muitas pessoas
não dizem aos candidatos o que verdadeiramente pensam. Na manhã de hoje,
assistimos a isso mesmo: alguém queixava-se de que Cafôfo, quando esteve na
CMF, e de que Albuquerque, no Governo, não lhe deram uma casa. Diz pagar uma
renda de mais de mil euros e, para a pagar, ter dois trabalhos: um da meia-noite
até de manhã, num hotel, e da manhã até às 19 horas num café. “Durmo três horas”.

A verdade é que é bom ser bem recebido, mas a receptividade pode
ser enganadora. Há uns anos, um dirigente partidário contou ao DIÁRIO ter
realizado um almoço com 1.500 pessoas num pequeno concelho da Madeira. Tudo
pessoas desse concelho e com idade de votar. Nesse acto eleitoral, o partido
teve bem menos de 1.500 votos nesse concelho.

Nesta campanha, o PS dispõe de outros meios habituais, como
os carros com som e decorados com a imagem do líder, com apelo ao voto. Mas
também de um novo meio. Um carro de caixa aberta que serve de palco a
intervenções em locais de com pequenos aglomerados de pessoas.

Cafôfo segue confiante, pelo menos é o que aforma, que,
nunca como agora, é possível arredar o PSD do poder. Dentro de 11 dias
saberemos se tem razão.

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