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A candidatura do JPP às eleições antecipadas do dia 23 na Madeira classificou hoje como “falácia” as declarações do presidente do Governo Regional do PSD, segundo as quais o arquipélago é a segunda região mais rica do país.
“O JPP quer inverter a política dos governos do PSD, que é responsável por um número de pessoas em risco de pobreza que ronda os 70.000 e se nada for feito, se não combatermos esta especulação de preços, serão muito mais do que estes 70.000”, avisou o candidato Luís Martins, oitavo na lista do partido.
Luís Martins foi o porta-voz do JPP numa ação de campanha na freguesia de São Martinho, no Funchal, na qual o cabeça de lista, Élvio Sousa não participou, e onde os candidatos distribuíram panfletos e esferográficas e focaram a “questão dos baixos rendimentos dos madeirenses”.
Desde logo, criticaram a posição do presidente do executivo regional, Miguel Albuquerque, que tem vindo a afirmar que a Madeira é a segunda região mais rico do país, uma declaração que consideram “irresponsável e um tanto ofensiva para muitas pessoas”.
“A região tem comprovadamente salários mais baixos que a média do país, tem o custo de vida mais elevado, a carga fiscal altíssima, casas e rendas mais caras do país, o maior número de habitações sobrelotadas”, disse Luís Martins.
“Como é que num quadro como este a região é a segunda mais rica do país?”, questionou, para logo reforçar: “Só mesmo na versão cor-de-rosa de Miguel Albuquerque”.
O candidato elencou, depois, as propostas do JPP para “corrigir estas discrepâncias”, vincando que estão enquadradas num “plano abrangente” que passa pela redução da carga fiscal ao nível do IVA e do IRS e pela atribuição do subsídio de insularidade a todos os trabalhadores do setor privado, sendo que atualmente só abrange o setor público.
O JPP quer também utilizar “todas as ferramentas de regulação” para controlar os preços e promover a abertura de um concurso público internacional para as operações portuárias, com o objetivo de baixar o custo do transporte marítimo para a região, que, segundo o candidato, é 18% mais caro do que nos Açores, apesar de a distância para a Madeira ser inferior.
O partido defende também o recurso à ligação marítima por ferry para transporte de pessoas e passageiros entre o arquipélago e o continente, bem como entrada na região de mais cadeias de supermercados.
“Os salários regionais não podem continuar com os números martelados que tanto o PSD de Miguel Albuquerque tem colocado na opinião pública”, afirmou Luís Martins.
Recentemente, o presidente do executivo indicou que o salário mensal bruto médio na Madeira aumentou 29% entre 2015 e 2024, passando de 1.143 euros para 1.475 euros, mas o JPP considera que os valores apontados não correspondem ao salário real.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) — e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).