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Miguel Iglésias, deputado do PS-Madeira à Assembleia da República, considera que a culpa da crise política e da ida a eleições é “exclusivamente” do primeiro-ministro.
O socialista lembra que, desde o início da legislatura, o PS tem dado condições para que o Executivo governasse, votando contra a rejeição do Programa de Governo, aprovando o Orçamento do Estado e rejeitando duas moções de censura. O parlamentar sublinha que o PS sempre disse que nunca seria factor de instabilidade, mas que também nunca apoiaria uma moção de confiança. “
Se o Primeiro-Ministro não tivesse tomado decisões erradas, não estaríamos agora nesta situação. Se Luís Montenegro, depois de duas moções de censura, não tivesse apresentado uma moção de confiança, procurando fazer chantagem com o Parlamento, partidos e portugueses, não estaríamos aqui
Miguel Iglésias, PS-Madeira
O parlamentar eleito pelo círculo eleitoral da Madeira aponta também o facto de as “desconfianças e as dúvidas” que recaem sobre o Governo terem vindo a crescer. Como refere, se, em Janeiro, o PS teria votado contra uma moção de confiança, agora, com mais dúvidas e menos esclarecimentos sobre a credibilidade do primeiro-ministro e os problemas da governação, essa posição está ainda mais solidificada. Mais acrescenta que “o único objectivo da moção de confiança apresentada pelo Governo era evitar a Comissão Parlamentar de Inquérito” e não trazer qualquer esclarecimento real à população.
Miguel Iglésias aponta o dedo às “falhas de comunicação e à falta de credibilidade do primeiro-ministro” e considera que a sugestão de suspender a Comissão de Inquérito para conversações privadas não passou de uma “tentativa desesperada” para evitar o verdadeiro escrutínio público.
Para o deputado do PS, o comportamento do Governo e do PSD no debate da moção de confiança revela “desprezo pelo processo democrático”, sendo que, em vez de se concentrar no esclarecimento das dúvidas, “o Executivo tentou transformar esta situação numa dramatização política”.
Como referiu, com este jogo, o primeiro-ministro quis evitar a comissão de inquérito para ir o mais rapidamente possível a eleições. Mas, sublinhou, “o PS não cede a pressões nem a jogos políticos”, até porque a população exige transparência e não quer mais manobras para evitar o escrutínio público.