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Foto Filipe Ferreira/Teatro Nacional D. Maria II
“Elmano Sancho evoca a conflituosa reviravolta
de expectativas em torno do seu nascimento para levantar o véu de Damas da
Noite: os pais esperavam uma menina, de nome já destinado, Cléopâtre, mas
nasceu um menino”, frisa a organização do Festival Avesso na sinopse. “O encenador pretende assim dar vida a esse outro desejado de
si mesmo, como se este fosse uma espécie de duplo e existisse numa realidade
paralela que Damas da Noite encena. Para erguer essa figura ficcionada chamada
Cléopâtre, Elmano Sancho imergiu no mundo fascinante e provocador do
transformismo”.
Foto Filipe Ferreira/Teatro Nacional D. Maria II
E continua: “Os artistas transformistas ‘vestem a pele de um outro, tentam
ser um outro’. São ‘flores que abrem de noite’, intérpretes de uma
transformação ‘pautada pela transgressão, o desconforto, a ambiguidade, a
brutalidade dos corpos e a violência das emoções’. Através dessa interpretação
paradoxal da diferença, Damas da Noite explora a presença ou ausência de
fronteiras entre realidade e ficção, ator e personagem, homem e mulher, teatro
e performance, tragédia e comédia, original e cópia, interior e exterior, dia e
noite. Nesse jogo de relações, aposta-se a identidade como matéria fluida, ‘rimbaudiana’, revelando o outro que somos, o estrangeiro que albergamos.”
Foto Filipe Ferreira/Teatro Nacional D. Maria II
Na ficha técnica da obra, contam-se no espaço
cénico com Samantha Silva, na operação de luz com Francisco
Alves, na assistência de encenação com Paulo Lage, na interpretação com Elmano Sancho, Dennis Correia aka ‘Lexa Black’, Pedro Simões
aka ‘Filha da Mãe’. A co-produção é da Casa das Artes de Famalicão,
Culturproject, Loup Solitaire, Teatro Nacional D. Maria II, TNSJ.
A peça tem a duração aproximada de 1 hora e é recomendada a maiores de 16 anos.
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