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Ganhar o PS-M não chega para ganhar a Madeira

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A Madeira vive a crise mais desafiante da sua história: um profundo défice de lideranças que tem como principal consequência a incapacidade de resgatar os madeirenses de um labirinto de incerteza e desconfiança que se abateu, com um enorme estrondo, sobre as nossas cabeças. A origem deste profundo mal-estar e ansiedade resume-se a três aspectos: os sucessivos processos judiciais que atingem as cúpulas da governação; a persistência de problemas estruturais da nossa sociedade, que tardam em ter solução; e o sentimento de impunidade, aliado a um comportamento arrogante e provocatório que compromete um ambiente saudável de debate e de participação pública. Infelizmente, o sistema democrático não tem sido capaz de promover a mudança indispensável. Por outro lado, a direcção do maior partido da oposição tem sido incompetente para se constituir como uma alternativa aceite pela maioria dos madeirenses, especialmente em momentos em que o seu adversário está a sufocar no descrédito das suas opções e actos de governação.

É verdade que o estado político da Madeira degrada-se tão rapidamente que há quem aposte que o poder deverá cair no colo. Esses, estão convencidos que basta esperar e estar no lugar na altura certa! Portanto, para esses, o segredo é “bater o pé” àqueles que acreditam na capacidade de fazer a mudança; insultar os que querem mais e propõem alternativas, ensaiando novas soluções; e afastar, com razoável violência, e particular malcriação, todos, mesmo todos, os que podem ameaçar o status quo dentro do partido, e o lugar na “sala de espera” pela queda do poder! Esses engasgam-se em silêncios ou em palavras mal ditas, puxando os militantes para a luta interna e tapando a insuficiência das suas velhas estratégias e tácticas que deambulam entre o chico espertismo e a provocação ostensiva – lembro a propósito a organização do último acto eleitoral interno, feito a “mata cavalos” para ter apenas um candidato! Os militantes querem a mudança. Não querem um partido transformado numa sala de espera bafienta, quase a transbordar de bolor! Os militantes sabem que houve momentos em Portugal que foi preciso medidas extraordinárias para momentos extraordinários. Os militantes sabem que nenhuma das personalidades que ganhou o PS M, e tenha sido candidato a Presidente do Governo, alguma vez ganhou a Madeira. Para ganhar a Madeira é preciso ganhar os madeirenses. Os militantes sabem tudo isso e estão disponíveis para alargar o debate e relançar a possibilidade do líder do PS M ser o líder dos madeirenses. Sabem que todos contam! Colocar o estado da Madeira no centro do debate e envolver todos os madeirenses para que seja o maior partido da oposição a liderar e a conquistar a alternativa que todos anseiam, não é um desígnio menor e contrário ao interesse do PS. É por isso que chamar os madeirenses e envolver quem anseia por novas soluções é o caminho que precisamos.

Recolocar a Madeira no seu legítimo lugar. Corrigir os percalços na reputação e devolver a esperança é a tarefa mais importante dos próximos anos. Não se trata de tornar menos digno o militante. Trata-se de construir, com competência, o que sempre desejou o militante do PS M: uma solução alternativa, que seja ganhador nas urnas. Ninguém, no seu perfeito juízo, aceita, sem pestanejar, o fracasso dos últimos actos eleitorais. Mas houve quem ousasse caminhar por essa insensatez. Ninguém, genuinamente preocupado com o futuro dos madeirenses, mete a cabeça na areia, para manter o rabo sentado no sofá da sala de espera do poder. Mas há quem insista nessa abordagem. Portanto, a participação transversal da sociedade nos projectos políticos do maior partido da oposição não é hoje uma possibilidade a analisar. É uma obrigação cívica e o único caminho sustentável para que a Madeira tenha uma alternativa que possa efectivamente governar.

Carlos Pereira

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