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Poupar para a reforma exige estratégias adequadas

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Em 2024, o número de funcionários
públicos que se reformou em 2024 ascendeu a 22.681, sendo este o universo mais
elevado dos últimos 10 anos.

A síntese da execução orçamental
relativa ao ano de 2024 indicou que a Caixa Geral de Aposentações (CGA) passou
a ter 21.701 novos pensionistas por velhice e outros motivos, a que se somam
mais 980 por invalidez, totalizando 22.681 e registando uma subida de 12% face
ao ano anterior, quando as saídas por velhice e outros motivos ascenderam a
19.230, enquanto as por invalidez foram de 998, num total de 20.228.

Sabendo que a passagem à situação
de reforma pode resultar numa diminuição no nível de rendimento disponível, evitar
que tal aconteça passa por definir uma estratégia de poupança que complemente a
pensão de reforma. Veja algumas dicas, tendo por base o Plano Nacional de
Formação Financeira, para uma gestão informada das aplicações financeiras ajuda
a maximizar a rentabilidade e a minimizar os riscos.

Poupar para a reforma, o mais
cedo possível

O cálculo das pensões de reforma
depende, actualmente, do número total de anos de trabalho, o que significa que
o valor da primeira pensão será, provavelmente, mais baixo do que o do último
ordenado, lê-se na informação, que acrescenta que para se manter o nível de
vida poderá ser necessário recorrer à poupança que se acumulou ao longo da vida
activa para complementar a pensão de reforma.

É frequente começar-se a poupar
para a reforma apenas quando o período de vida activa está a cinco ou dez anos
do fim, o que poderá não permitir acumular o suficiente para se manter o nível
de vida de quando se estava a trabalhar.

Poupar para a reforma deve ser
encarado como um objectivo ao longo da vida activa, devendo iniciar-se logo que
se entra no mercado de trabalho. O que é importante é que se estipule um
montante e se verifique regularmente se este se adapta ao objectivo definido.

Princípios que devem ser
seguidos quando se decide poupar para a reforma:

● quanto mais cedo se começar a
poupar, melhor, mesmo que o montante seja pequeno;

● o esforço de poupança deve ser
regular. Não importa se a regularidade é mensal, trimestral ou anual, o
relevante é que haja sempre uma parcela do rendimento destinada à poupança para
a reforma;

● as aplicações escolhidas devem
ter em conta a idade;

● não se deve tocar na poupança
acumulada para a reforma. Em períodos de maiores dificuldades pode existir a
tentação de recorrer a esses montantes, mas tal deve ser evitado.

Escolher complementos de
reforma

O primeiro passo para garantir
que se adquire a aplicação financeira mais adequada aos objectivos definidos
para a poupança destinada à reforma é comparar a oferta de produtos financeiros
disponível no mercado.

Entre os produtos que geralmente
se associam à poupança destinada à reforma encontram-se os fundos de pensões e
os planos de poupança reforma, que existem sob a forma de seguros ou fundos de
investimento e que, em alguns casos, oferecem benefícios fiscais. É importante
conhecer estes benefícios, bem como as regras que é necessário cumprir para
usufruir deles.

Mas não é só porque a denominação
de uma aplicação financeira inclui a expressão “reforma” que se torna,
automática e necessariamente, na mais adequada. O leque de opções é mais vasto
e abrange qualquer aplicação financeira, incluindo depósitos a prazo, desde que
cumpra os requisitos de rendibilidade e risco pretendidos.

Antes de optar pela aplicação
financeira, é fundamental avaliar os riscos que lhe estão associados e a sua
rendibilidade esperada. É importante conhecer e compreender o tipo de activos
em que se investe. Há ainda outros aspectos a ter em atenção, como as regras de
reembolso do produto, o regime fiscal e as eventuais comissões aplicáveis.

A rendibilidade passada da
aplicação financeira é também um factor de ponderação. Mas há que não esquecer
que o desempenho registado anteriormente não é uma garantia de que se venha a
obter uma rendibilidade similar no futuro.

Explica o Plano Nacional de
Formação Financeira que os simuladores podem ajudar a obter uma estimativa
aproximada do montante que irá ser acumulado até entrar na reforma, se poupar
regularmente uma determinada quantia. “Importa não esquecer, no futuro, que a
realidade muda e o resultado de uma simulação obtida, num determinado momento
do tempo, pode vir a ser diferente”, aponta.

Avaliar riscos

No planeamento da reforma há que
ter em particular atenção aos riscos geralmente associados às aplicações
financeiras. Pelo que é importante garantir que a poupança efectuada ao longo
da vida destinada à reforma permite reaver o capital e obter uma remuneração
adicional na data em que é necessário aceder a esses fundos.

A remuneração da aplicação deverá
permitir pelo menos compensar a evolução da inflação, pelo que é importante
avaliar se a taxa de rendibilidade da aplicação financeira está acima do nível
da inflação esperada. Caso contrário o montante que foi sendo aplicado terá
perdido valor em termos reais.

De um modo geral, quanto maior a
rendibilidade esperada de uma aplicação financeira, maiores os níveis de risco
assumidos. Isto significa que a produtos com maior risco estão normalmente
associadas remunerações relativamente mais elevadas, mas também perdas mais
significativas.

No planeamento da poupança para a
reforma, a estratégia mais adequada é uma gestão que tenha em conta o número de
anos que falta para a reforma.

Tania Cova

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Tania Cova

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