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https://static-storage.dnoticias.pt/www-assets.dnoticias.pt/images/configuration/MD/ASpress00006446.JPEGSurgida da junção de vontades de três partidos pequenos em se fazerem notar junto dos eleitores madeirenses, a coligação Força Madeira tinha um nome inicial que podia fazer esse ‘trabalho’ por si só. Mas o entendimento do Tribunal Constitucional foi outro e a denominação ‘Coligação Zarco’ caiu, ficando ainda assim à vista para onde iria grande parte da acção. O PSD tem de cair e se for pelos três partidos PTP, MPT e RIR, caso elejam um deputado, Miguel Albuquerque não volta a ser presidente do Governo Regional da Madeira.
A presidente do partido Reagir, Incluir, Reciclar (RIR), Márcia Henriques, sublinhou hoje a necessidade de uma mudança na governação da Madeira e afirmou-se confiante na possibilidade de a coligação Força Madeira eleger nas legislativas regionais antecipadas.
Raquel Coelho (PTP), que lidera a candidatura, Valter Rodrigues (MPT) e Liana Reis (RIR) foram as principais figuras a destacar-se ao longo da pré-campanha e da campanha, com as suas iniciativas marcadas quase sempre por propostas anti-sistema, mas mais do que criticar, apresentaram ideias e propostas, no mínimo, diferentes do que tem sido feito. E não se coibiram de criticar os partidos da oposição.
A
Coligação Força Madeira vem denunciar a “hipocrisia” de Miguel Albuquerque com um novo
cartaz que expõe as verdadeiras “bengalas” do PSD: Chega, CDS e PAN.
Com um orçamento reduzido de 3.500 euros, quase não dá para nada, mas ainda assim conseguiram ter o suficiente para distribuir cartazes um pouco por todo o lado.
Como referido, fazem propostas pouco habituais, como a da criação de um regime de incompatibilidades no parlamento regional e a limitação de mandatos no governo. “Tem de ser criado um regime de incompatibilidades na Assembleia Legislativa da Madeira, assim como existe no continente, coisa que o PSD nunca quis que se fizesse, exatamente para proteger a corrupção e os grandes interesses, e a limitação de mandatos para o governo regional”, afirmou à agência Lusa Raquel Coelho.
Por falar em corrupção, esta é, sem qualquer dúvida a palavra mais usada pela Coligação Força Madeira nesta campanha. “A cúpula da política madeirense é suspeita de corrupção” e “não tem nada a ver com a sua actividade profissional, tem directamente a ver com o exercício das suas funções”, acusou. “E as pessoas anseiam e pedem por uma solução que erradique a corrupção na Região Autónoma da Madeira. Não é com gabinetes que se combate a corrupção, é não perpetuando um poder político sem alternância, que já lá vão 49 anos. Não é preciso ser nenhum politólogo” para perceber que “muitos anos no poder leva a vícios, vícios esses que são corrupção e um regime de impunidade”, acusou.
A candidatura é composta por 55 mulheres e 39 homens e será, seguramente, aquele que tem maior número de candidatas em detrimento de candidatos, representando elas 58,5% da listagem, cumprindo à risca a proporcionalidade mínima 60-40% da Lei da Paridade. A coligação Força Madeira lembrou, a propósito do Dia Internacional da Mulher que, na Madeira, as mulheres só começaram a ter destaque e a encabeçar listas na política praticamente após 40 anos de regime democrático. “Nas eleições legislativas regionais de 2000, Helena Jardim foi cabeça-de-lista do PSN, pelo Funchal e Luísa Mendonça pelo círculo do Porto Santo. Na década de 90 tivemos Guida Vieira que encabeçou eleições autárquicas pela UDP. Luísa Mendonça foi vice-presidente da Câmara do Porto Santo pelo PS”.
Neste caso, continua, já em 2011, o PTP teve, pela primeira vez, uma mulher como líder parlamentar e, em 2017, tivemos mulheres nos principais partidos a disputarem vitórias autárquicas. Célia Pessegueiro foi a primeira mulher a ser eleita presidente de Câmara Municipal, neste caso no Ponta do Sol, tendo sido também a primeira mulher a assumir a presidência de uma estrutura partidária, neste caso, da JS que liderou entre 2002 e 2008. “Após a implementação do círculo único para as eleições regionais só a partir de 2019 mulheres encabeçaram listas partidárias, pelo PTP e pelo MRPP, Raquel Coelho e Fernanda Calaça, respectivamente”, apontou Raquel Coelho, que estabeleceu alguns destes recordes, como a mais jovem a entrar no parlamento e a primeira líder parlamentar, sendo agora uma das cinco mulheres líderes partidárias, juntamente com Dina Letra pelo BE, Mónica Freitas pelo PAN, Liana Reis pelo RIR, Marta Sofia pelo Livre.
Entre os vários temas abordados, destacamos:
Altas problemáticas
“São 321 pessoas que totalizam cerca de 40% da ocupação de camas destinadas ao internamento hospitalar. Como pode o Governo social democrata andar de cabeça levantada e a assobiar para o lado perante este caos? São 321 pessoas a precisar de cuidados básicos como higiene e alimentação e que não têm condições para regressar a casa. Meus senhores, está na altura de acabarmos com esta situação desumana”, disse Liana Reis.
A Coligação Força Madeira manifestou a sua indignação face ao número actualizado, hoje, pelo director clínico do SESARAM referente às pessoas internadas no Serviço Regional de Saúde em situação de alta problemática.
Operação portuária
“É bom que os madeirenses tenham consciência de que estão a ser usados numa peça de tabuleiro dos interesses dos grandes grupos económicos e que todos nós pagamos nas faturas do dia-a-dia, cada vez que nós vamos ao supermercado, as empresas cada vez que precisam de mercadoria ou de enviar mercadoria, pagam tudo mais caro”, afirmou Raquel Coelho.
A candidatura da coligação PTP/MPT/RIR às eleições antecipadas na Madeira defendeu hoje que é preciso acabar com o monopólio na exploração do Porto do Caniçal e alertou que há partidos da oposição que fazem “o jogo dos grandes grupos económicos”.
Energias renováveis
“Urge investir nas energias renováveis e na eficiência energética, especialmente, através capacitação dos cidadãos em gerarem energia (microgeração) assim como apostarem em equipamentos mais eficientes. Isto faz-se através de campanhas de sensibilização e com apoios estatais”, sublinha a Força Madeira.
A coligação Força Madeira vem alertar para a necessidade urgente de investimento em energias renováveis e eficiência energética, diante dos mais recentes dados da Direcção Regional de Estatística, que indicam que, em 2024, apenas 32,9% da energia eléctrica foi produzida a partir de fontes renováveis.
Ensino Superior
“A Força Madeira quer pagar as propinas, dar um curso grátis a todos os jovens, só que temos de criar fidelização dos jovens à região, alguns anos de trabalho na região, conforme o curso, para compensar a isenção de propinas”, explicou o candidato Valter Rodrigues.
A candidatura da coligação Força Madeira (PTP/MPT/RIR) às eleições antecipadas de domingo na Madeira defendeu hoje a isenção de propinas na Universidade da Madeira, mas com a contrapartida de os novos licenciados trabalharem na região durante alguns anos.
Sem-abrigo
A Força Madeira defende a criação de um centro aberta 24 horas, “para abrigar e cuidar dos sem-abrigo”. Raquel Coelho disse: “Em determinadas zonas da cidade do Funchal o cenário é desolador, são pessoas alcoolizadas e toxicodependentes a pedir dinheiro e a dormir em plena rua, uma autêntica calamidade social.”
A
candidatura da coligação ‘Força Madeira’ às Eleições Regionais de dia 23 defende a criação de um centro aberta
24 horas, “para abrigar e cuidar dos sem-abrigo”.
Apoios sociais
“A Coligação Força Madeira reforça a importância dos apoios sociais prestados pelo Instituto de Segurança Social da Madeira, embora sejamos apologistas que existe muito mais a fazer nesta área. Mas hoje queremos alertar para a morosidade na atribuição desses apoios, cujo processo de atribuição obedece a vários critérios, mas que são extremamente burocráticos, o que faz com que muitos idosos desistam dos mesmos, principalmente por dificuldade em relação à documentação pedida”, defende a Força Madeira.
A Coligação Força Madeira visitou, hoje, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) para alertar sobre a crescente vulnerabilidade da sociedade, evidenciada pelo aumento do número de pessoas em situação de pobreza, toxicodependência, solidão e sem-abrigo.
Agricultura
“Nós já estamos a ver aqui no Estreito de Câmara de Lobos, os socalcos verdejantes, outrora com vinha e bananeira, têm sido substituídos por blocos de apartamentos, casas geminadas em locais que deviam ser protegidos por serem a imagem de marca da Madeira. Nós temos o Vinho Madeira que é conhecido no mundo inteiro e corremos o risco de isto desaparecer, porque a prática da agricultura é dura, nem sempre é rentável, os agricultores não são devidamente subsidiados e apoiados e isso leva a que as pessoas abandonem os terrenos, leva a que as pessoas se desmoralizem e acabem por vender os terrenos para a construção de habitação de blocos de apartamentos”, defendeu Raquel Coelho.
A coligação Força Madeira esteve hoje no Estreito de Câmara de Lobos para passar a mensagem de que irá defender, no Parlamento regional a criação de uma reserva agrícola como forma de proteger o futuro de um património que está em risco, os poios que dão guarida a muitas culturas, entre as quais as vinhas e as bananeiras.
No penúltimo dia de campanha, quando o DIÁRIO publicou a sondagem, a Força Madeira apelou ao voto dos descontentes e abstencionistas. “Há muita gente que tem manifestado o seu desagrado pela situação política na Madeira, pelo facto de termos um Governo de arguidos, enfim, pelos escândalos de corrupção. As pessoas não conseguem compreender o facto de, mesmo assim, o PSD ainda aparecer como o partido mais votado nas sondagens”, afirmou Raquel Coelho.
A cabeça de lista da coligação Força Madeira (PTP/MPT/RIR) apelou hoje ao voto dos abstencionistas e dos descontentes com a gestão do Governo Regional nas eleições de domingo e lamentou que o “jogo esteja viciado”.
Último dia de campanha
Para este último dia, a coligação Força Madeira, teve contactos com a população no CC Anadia e no Mercado dos Lavradores, realizando depois declarações à comunicação social junto ao mercado.
À tarde, pelas 18 horas, juntam forças para uma arruada pelo Funchal, terminando pelas 20h30 com um convívio de encerramento de campanha.
Numa campanha difícil, complicada pelas condições meteorológicas adversas nas últimas semanas – aliás, nestes 15 dias, foram menos os dias de sol e calor do que de chuva, frio e vento, algo que afectou todas as candidaturas, levando ao cancelamento de algumas iniciativas – a imagem que fica da Força Madeira foi de um núcleo duro de candidatos que quase nunca faltou às actividades. Mas com 94 candidatos, é de supor que mais pudessem se juntar nas duas, no máximo três iniciativas diárias. Não sabemos o trabalho de base que foi feito, nomeadamente os contactos porta a porta, sítio a sítio, freguesia a freguesia, mas com tão parcos recursos, a ida ao Estreito de Câmara de Lobos num dia ‘agreste’ foi o exemplo do sacrifício que estes pequenos partidos enfrentam para estarem numas eleições onde as chances de eleição são mínimas.
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