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https://static-storage.dnoticias.pt/www-assets.dnoticias.pt/images/configuration/MD/ASpress221560_PXDuiTx.JPEGTer testemunhado as
manifestações nas ruas na Venezuela nos últimos tempos, ou ter visto nos
telejornais como nalguns países se arrisca a vida para reclamar votos roubados
por Governos que se servem da Ditadura para se perpetuarem no Poder, deveria
ser suficiente para lembrar que quando os madeirenses são chamados às urnas há
que ir. Ficar em casa não é, nem deve ser alternativa.
A Política deveria ser
a mais nobre das Artes. Trabalhar para a Polis era, no princípio, a missão dos
Homens Bons.
Deveria ter sido sempre
assim. Infelizmente têm sido muitos os motivos por que tanta gente se afastou
dos caminhos da política, porque tantos madeirenses se dizem desencantados,
frustrados e até zangados.
A par com este
desencanto, cresceu muito nos últimos anos a perceção de que a corrupção grassa
neste arquipélago.
Os casos pendentes na
Justiça e os processos no Ministério não foram infelizmente inventados por
má-fé e mesmo que motivados por denúncias anónimas deixaram cicatrizes no nosso
tecido social.
O velho ditado de que
não há fumo sem fogo está ainda faz eco e a desconfiança ganha raízes na mente
da nossa gente.
Mas também temos
consciência de que a ideia de que todos os políticos são corruptos é exagerada
e até injusta.
Esta situação é
sobejamente usada pelos populistas, que se alimentam destas crises para crescer
como cogumelos venenosos em terreno fértil. Acho que já muitos perceberam e
ainda bem, que votar por protesto não é solução. E o voto em branco não é
cartão vermelho. A abstenção é um gigante gordo, que cresce se não formos
todos às urnas quando chamados a cumprir esse dever cívico.
Aos eleitores
informados e responsáveis resta apenas aguardar que os Homens da Justiça façam
o seu trabalho. Seja qual for o resultado. É assim que uma Democracia funciona.
E ninguém tenha dúvidas de que este é o maior bem conquistado pelas sociedades
modernas.
Precipitar o caos não traz
desenvolvimento, nem estabilidade.
Mas, cabe mais do que
nunca aos políticos respeitar a diferença e o pluralismo, promover o debate
justo e moderado e construir pontes entre todas as forças democráticas.
Sobretudo cumprir com as promessas que se fazem ao povo no calor dos comícios
eleitorais.
Somos de novo chamados
a Eleições na Madeira e depois de uma aparatosa queda do Governo em Lisboa,
teremos mais eleições em Maio. E tudo isto acontece quando menos deveria
acontecer. Com uma Europa a braços com o drama de uma guerra, que se pode alastrar
a outros países, sem armas para combater o monstro russo e uma América a
descuidar os aliados europeus.
Neste cantinho do céu,
como lhe chamamos, não estamos imunes às consequências de um agravamento da
situação internacional.
O Turismo que tem
apresentado dados cada vez mais promissores, embora já se fale na necessidade
de pensar na sustentabilidade do destino Madeira, seria o primeiro sector da
nossa economia a ressentir-se.
Se analisarmos bem, por
mais que nos falem de teorias de conspiração, e se esgrimem motivos históricos,
causas remotas e recentes para tudo o que se está a passar no mundo, a
verdade é que o que está em causa é afinal a Democracia. O direito ao voto.
É o eleitorado quem
detém a soberania. E ele é a base legítima de qualquer Governo justamente
eleito.
Infelizmente o nosso
mundo tal como o conhecíamos já não é o mesmo, a Ordem Internacional corre
perigo e cada país deve cumprir a sua parte e tentar manter-se á tona, para que
a Europa não vá ao fundo.
Podemos estar fartos de
todos estes cenários, que se desenvolvem diante dos nossos olhos sem que nada
possamos fazer para protestar ou mudar o rumo dos acontecimentos. Mas,
vivemos todos nesta aldeia global. Tudo está interligado e mais do que nunca os
nossos valores devem ser defendidos e preservados.
Cabe a cada um de nós,
á sua maneira e dentro dos seus poderes legítimos deve dar o seu contributo. De
forma responsável.
Não fique a protestar
se nada fizer para tentar mudar aquilo com que não concorda. Uma coisa é certa.
Todos temos uma caneta e qualquer um sabe fazer uma cruz numa folha de papel
A4.
Basta querer. Basta
acreditar!
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